JP Coutinho

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Mapa de Cultura: Desenvolvendo Pessoas

João Paulo Coutinho

O The Culture Map, ou Mapa de Cultura foi criado pelo líder de negócios e consultor de gestão, Dave Gray. A ferramenta foi criada para trabalhar a Cultura das Organizações, para que o conjunto de crenças e valores adotados, pudessem ser transformadas e fizessem mais sentido aos colaboradores que nela trabalham, ao invés de ser vista apenas como um padrão a ser seguido.

A ferramenta serve não apenas para destacar as características e comportamentos que desejamos, mas para visualizá-las, entender o que significam, como elas se relacionam e transformá-las em ações. Dave diz que “criando e usando o mapa pôde perceber que ao possibilitar uma visão e deixa-la explicita, são muito maiores as possibilidades de torná-la realidade. ”

A ferramenta foi criada por Dave para trabalhar cultura nas organizações, mas já percebemos a sua utilização também para o desenvolvimento de pessoas em diversas competências, tornando-a conhecida e como instrumento de Gestão de Mudanças junto aos profissionais de Recursos Humanos. A ferramenta pode ser utilizada para mapear o momento atual ou o cenário desejado, pois é um instrumento prático, simples e visual.

O Mapa de Cultura pode e deve ser uma ferramenta que se concentra no desenvolvimento dos colaboradores e pode ser utilizada em diversas situações do cotidiano corporativo como: reuniões, ações de treinamento, implementação de projetos e comitês. A seguir falo um pouco sobre a ferramenta e trago algumas dicas de como você pode ser um facilitador durante a utilização do Mapa.

A ferramenta

A ferramenta se divide em 3 quadrantes, denominados por Dave como: Outcomes (Resultados), Behaviors (Comportamentos), Enablers and Blockers (Gatilhos e Bloqueadores). Para explicar a ferramenta, vamos utilizar aqui a metáfora da lavoura.

Os resultados são os frutos, aquilo que eu colho ou quero colher como resultado final dos comportamentos. É o que você idealiza como cenário ideal.

Os comportamentos são o coração de tudo. Eles são as ações positivas ou negativas que as pessoas realizam todos os dias e que irão resultar em uma boa ou má colheita, que influenciam diretamente os resultados.

Os gatilhos e bloqueadores são os elementos que permitem ao seu jardim florescer ou não. Por exemplo, as ervas daninhas, pragas, mau tempo ou falta de conhecimento podem estar prejudicando o seu jardim. Ou fertilizantes, especialização em jardinagem, ou boa terra podem ajudar o seu jardim a crescer. A ideia aqui é que são situações que funcionam como um estopim, ou que incentivam ou bloqueiam os comportamentos.

Mapa de Cultura

Uma boa forma de preencher o Mapa é utilizando post-its, discutindo e completando um quadrante de cada vez. Se você começou a mapear um resultado ou um comportamento, é importante para conduzir a discussão em torno desse quadrante antes pensar ou procurar informações para os outros.

Se estamos trabalhando, por exemplo “Falta de sinergia entre determinada área” ou “Como conduzir conversas difíceis” há uma tendência em fazermos julgamento, respondendo:  “As pessoas não sabem trabalhar em equipe ou não pensam na importância do seu trabalho para o resultado final” ou “Meu colaborador é agressivo e não aceita o feedback que dou a ele”. O que isso significa? O que está realmente acontecendo? Conte histórias, traga exemplos específicos de gatilhos, bloqueadores, comportamentos e resultados obtidos.

Contextualizar e trazer fatos, contribuem para um melhor resultado. Também é importante que os participantes que estão utilizando o Mapa de Cultura adquiram o hábito de compartilhar evidências em vez de simplesmente opinar. Histórias específicas de comportamento (boas e más) devem ser baseadas em fatos em vez de achismos ou rumores. Trazer para o mundo real a problematização e não ficar no mundo ideal, contribui para que as mudanças aconteçam.

Cabe a você decidir se o preenchimento deve começar de cima para baixo, abordando os resultados e, em seguida, os comportamentos associados, gatilhos e bloqueadores. Mas Dave Gray descobriu e sugere que “começar com comportamentos é mais fácil. Comportamentos são visíveis; são situações diárias e corriqueiras que as pessoas vão ao bar ou saem para almoçar para falar. ”

Sempre que estiver facilitando uma atividade com o Mapa de Cultura, estimule os participantes que estão utilizando a ferramenta com perguntas: o que causa e influencia os nossos comportamentos? O que você como um líder diz ou faz para permitir que estes comportamentos aconteçam? Como as pessoas são recompensadas por seus comportamentos no dia a dia (positivo e negativo)? Quais são as regras não escritas? Está claro para todos o que é esperado de cada um?

Após preenchido em equipe, em algum dos momentos sugeridos acima ou em situações que você acredite que a ferramenta possa ser uma condutora aos resultados esperados, é importante que os Mapas sejam expostos e que exista uma troca de informações e aprendizados entre todos os participantes do encontro, no caso de existir mais de um grupo trabalhando com o Mapa de Cultura. Após a finalização do preenchimento, ou mesmo apresentação da construção, trace com os participantes um Plano de Ação que possa ser levada de forma imediata ao mundo real, ou seja, ao seu dia a dia como líder ou colaborador.

O Mapa de cultura é uma excelente ferramenta para desenvolver habilidades de liderança, fortalecer equipes e discutir e solucionar situações do dia a dia das organizações, além de gerar mudança de comportamento, incentivando os participantes a inovar, aprender e compartilhar conhecimentos.

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