João Paulo Coutinho
Não é difícil perceber que a tecnologia mudou várias rotinas da nossa vida. Falar com alguém que está em outro estado usando voz e vídeo, movimentar a conta bancária pelo smartphone, ouvir aquela música que não sai da cabeça por um serviço de streaming como o Spotify. Pequenas facilidades que mudaram a relação das pessoas com o mundo, com os serviços e com outras pessoas também.
Toda esta tecnologia também chegou ao mundo corporativo: bater ponto online e folha de pagamento na nuvem são bons exemplos de como a Internet das Coisas está cada vez mais perto. E muito ainda está por vir: você já ouviu falar em RH 4.0?
O RH 4.0 pode ser entendido como a transformação da área de Recursos Humanos segundo a 4ª Revolução Industrial. Nesse sentido, o RH se torna mais automatizado, focando suas atividades em questões estratégicas e não mais em ações manuais.
O conceito surgiu da 4ª Revolução Industrial de Klaus Schwab em seu livro que apresenta o conceito. O livro apresenta a sociedade e as organizações que se deparam com novos desafios impostos pelas tecnologias e pela transformação digital.
Com a chegada da era 4.0 na área de Recursos Humanos, a gestão de pessoas enfrenta uma realidade transformacional, diante de quebras de paradigmas e de mudanças exponenciais, não apenas nos processos e ferramentas, mas também na forma de lidar com o trabalho.
Novo perfil de colaborador, menor tempo de trabalho, uso de recursos online e inovadores, multimeios, novas formas de gestão com mais inclusão, engajamento delegação, colaboração, diversidade, criatividade e compartilhamento. Ágil e digital são muito mais que conceitos, são mudança de mindset, de cultura. Será que estamos preparados?
Novo perfil de colaborador
Muito além da operação e controle, os postos de trabalho estão se modificando, muda também a maneira como lidamos com o trabalho. Antigamente ficávamos presos a uma empresa por muitos anos, hoje somos nômades organizacionais.
Os profissionais estão mais exigentes em relação ao seu ambiente de trabalho. Eles estão mais flexíveis e uma carreira de sucesso não significa passar 20 anos na mesma empresa. Dessa forma, é papel do RH identificar o perfil ideal de colaboradores para o negócio e encontrar esses talentos no mercado.
Não podemos mais tratar o processo de Recrutamento e Seleção como algo mecânico. Profissionais de recrutamento precisam entender os novos perfis, cargos, papéis e responsabilidades, entender as conexões, valores e perfis dos candidatos.
Menor tempo de trabalho
Com a automação proporcionada pela tecnologia, os profissionais não necessitam mais realizar tarefas manuais, o que permite que eles trabalhem menos. O papel do RH aqui é mantê-los motivados nesse cenário, incentivando a produtividade. Home office já é uma realidade. Ser workaholic está fora de moda! A avaliação do colaborador passa a ser feita por produtividade e não mais por presença.
Com o fortalecimento do home office é preciso ter a clareza das metas a serem atingidas pelo profissional, oferecendo a pessoa que trabalha remotamente o sentimento de dono e autonomia. As reuniões de divulgação de resultados da empresa e confraternização com os colaboradores, inclusive os que trabalham a distância, garantem o sentimento de pertencimento e contribui para o relacionamento empresa-colaborador, para que esse não se sinta distante e “abandonado” pela organização.
O uso de recursos online
A gestão e os processos organizacionais serão virtuais. Como resultado: diminuição da burocracia e sustentabilidade.
Folhas de pagamentos, contratos, homologações e outros procedimentos não serão mais registrados em papel. Máquinas farão os cálculos e o processo de rescisão será um flag no seu e-mail. Sua homologação será digital e seu registro na empresa um arquivo em nuvem.
Liderança 4.0
Não há verdadeiro desenvolvimento sem o envolvimento das pessoas. As lideranças aprenderão que compartilhar é melhor do que mandar. Aprenderão a lidar com novas mentalidades, muito mais conectadas ao tecnológico. Com equipes virtuais, com robôs, com o ciberespaço. É preciso sensibilizar para o Mindset Digital.
Os resultados não virão mais do poder, do domínio, do comando e controle, mas sim, da cultura colaborativa, de capacitação e inovação, algo transformador que gere resultados tanto para empresa, quanto para os funcionários.
Os líderes de RH
A liderança de RH precisa estar focada em novos modelos de:
- Redesenhar a forma de avaliar as pessoas.
- Facilitar a interação do homem com a máquina
- Aprimorar o julgamento humano
- Incorporar competitividade às operações de RH
- Administrar conflitos de gerações e usá-los a favor das empresas
- Ter um RH construindo respostas, em vez de ficar à espera delas
- Preparar colaboradores para interagir com a diversidade e as novas crenças
Fazer essa transformação significa sair da caixa, testar, errar, se adaptar, derrubar barreiras e evoluir. Uma revolução está acontecendo. O RH como conhecemos deve ser transformado, para de fato ser um parceiro do negócio.
Quer conhecer mais sobre o meu trabalho? Entre em contato pelo e-mail: jpvcoutinho@gmail.com